Obama: "O INIMIGO AGORA É OUTRO".

Não se fala mais de outra coisa, senão da morte de  Osama bin Laden. Não quero deixar o blog "chato" mas não posso deixar de expressar minha opinião sobre esse fato, aliás ficar assistindo só o jornal nacional explicando o ocorrido de maneira tão 'morna' me deixa sinceramente com náuseas.
Recebi um email sobre o fato que quero compartilhar com vocês caro leitoras e leitores:

O email diz assim:
Escutando a notícia no rádio pela manhã, lendo nos jornais e vendo , nao consigo deixar de pensar em alguns aspectos quanto ao fato e de modo geral.


Primeiro: acho que atitudes de vingança (bem visíveis no cinema estunidense) estão se tornando muito frequentes atualmente como sinônimos de justiça. Estas mesmas ideias justificam a "limpeza" que as polícias fazem pelo Brasil afora, dizendo que estao resolvendo o problema do crime (cometendo um pior ainda) e, pior, sendo aplaudidos pelas massas e por ditos "intelectuais". O radicalismo de Bin Laden foi apenas o de nao "ler" mais na cartilha estadunidense. Enquanto ele foi útil ao Império, foi apoiado financeira, logística e tecnologicamente. Depois, foi tornado um monstro. História semelhante foi a de Sadam Hussein. Foram transformados em pessoas FEIAS, pois foram demonizados pelos meios de comunicação, quase todos controlados financeiramente pelo Império ou influenciados culturalmente pelo mesmo. Vivemos pois, apenas outro momento de guerra por recursos e mercado, ao qual se dá uma conotação de GUERRA CONTRA O TERROR. Que terror? Aquele que foi (e continua sendo) fomentado pelos EUA e outros países que queriam manter sua condição de mandatários e xerifes do mundo, nao importando os meios dos quais lançariam mãos. Acho estas ideias muito próximas das extremas direitas do mundo, que massacraram milhares/milhões de pessoas, simplesmente por que "elegeram" elas para ganharem a culpa pelos problemas do mundo e de alguns países. Acho, no mínimo, perigoso que pessoas que deveriam ver um pouco além do nariz, fiquem presos a opiniões simplificadoras, comemorando a morte de alguém. Não soa estranho um povo que se diz cristão comemorar o assassinato de alguém???? Nao é meio contraditório e mesmo hipócrita??

Segundo: Enquanto movimentos de resistência a determinados governos ditatoriais sao rotulados de TERRORISTAS pelo mundo afora, os movimentos de multidões contra os governos no Oriente Médio e norte da África não são assim rotulados pelos EUA. Ao contrário, este Estado, que possivelmente pode ter arquitetado estas "intervenções populares" pode estar simplesmente usando estes pobres cidadãos para se sacrificarem. Nao condeno a atitude do povo, mas me cheira estranho o fato de os EUA nao estarem condenando as rebeliões e ainda os estarem treinando, fornecendo armas, fazendo ataques aéres "contra alvos militares". Como se desgastaram muito e também muitos bilhões gastaram, que tal usar outra estratégia: criar mobilizações, legitimadas enquanto democráticas, e evitar enviar tropas (afinal, com qual argumento enviariam isto, se durante décadas nao viram estas ditaduras enquanto desumanas!).

Terceiro: Quem nos garante que de fato isto nao foi apenas uma manobra para, finalmente, pararem de gastar na busca deste "sanguinário radical" e "cruel"???? A incompetência dos EUA em achar um homem destes nao seria muito desgastante?? Talvez este homem já foi morto em outras ocasioes, deixando-se para anunciar isto apenas em momento estratégico. Talvez também nem esteja morto ainda, mas apenas desistiram de culpá-lo; afinal, neste novo contexto ele pode nao valer mais nada!

Quarto: Será que tem alguém enganado, pensando que todos os problemas do mundo agora acabaram??? Quem disse que ele era o culpado pelos problemas do mundo?? Alguém acha que um grupo dito "terrorista", estrategicamente organizado e com hierarquias e conhecimentos especializados irá acabar simplesmente porque um chefão morreu. Mesmo nos grupos que buscam poder "dentro da lei" (Estados) nao é assim, imagine-se nos grupos que vivem em função disto!

Quinto: Quem no mundo é insubstituível??? Alguém de fato faz falta ao mundo?? Um indivíduo na multidão de 7 bilhões que convivem na Terra nada representa, mesmo quando tem algum poder. Quando visto no contexto da história da humanidade, se pulveriza. Quando visto em outra escala, nem mesmo as grandes construções milenares, feitas para ostentar o poder humano, nada significam. Nao alteram sequer a imagem do planeta, visto de fora.

Ivonaldo Ferreira Duarte

Prof.UEG / Unid.Univ.Goiás
Geógrafo - T.A - UFG

Vale refletir, comcerteza esse não é o último capítulo desse grande livro...
Sem mais...